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A Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Resende (antes denominada BE do AVEResende) era constituída, no ano letivo de 2009/2010, pela Biblioteca do Centro Escolar de S. Martinho de Mouros (BCESMM) e pela Biblioteca Dr. Joaquim Correia Duarte (BJCD). No ano letivo de 2010/2011, a BE ficou enriquecida com a Biblioteca do Centro Escolar de Resende (BCER). Em 2011/2012, com a junção de escolas, o Agrupamento de Escolas de Resende passou a ter, com a BEgas (Biblioteca da Escola Secundária), quatro bibliotecas em funcionamento. Atualmente, e desde 2013/2014, a BE é formada por mais uma biblioteca, a do Centro Escolar de S. Cipriano (BCESC). Constituem objetivos principais da BE: disponibilizar recursos e serviços, para todas as escolas do agrupamento, e fomentar, entre estas, o diálogo e a cooperação, em parceria com as entidades locais, de modo a contribuir para a consolidação da Rede de Bibliotecas Escolares e promover o serviço de marketing educativo/cultural da BE. O horário de abertura do espaço físico das bibliotecas abrange o tempo de permanência dos alunos em cada escola.

sábado, 26 de setembro de 2009

Ler a crescer! - À beira do Lume

À beira do lume

Sossegadas as balbúrdias do dia, já a noite vinha devagarinho deitar pozinhos de sono por aqui e por ali.
Sentadas à lareira da velha casa, a avó e a neta começaram a pensar qual havia de ser a última história do dia.
— Conte lá a história da Carochinha! — pediu a Mariana.
A avó admirou-se:
— Outra vez?! Mas tu nunca me deixas acabar como deve ser...
— Hoje deixo! — prometeu a menina.
E a avó contou a história da Carochinha, como ela é conhecida.
Falou da Carochinha à janela, toda contente por ter encontrado uma moeda ao varrer sua casinha:
— Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?
— “Quero eu, quero eu!” — tinham dito um cão, um gato, um galo, um boi, um burro...
Mas a Carochinha não tinha gostado da voz de nenhum deles e todos se tinham ido embora. Até que apareceu um ratinho: “Quero eu, quero eu!”
— Oh, como és engraçado! Ora fala um bocadinho, para eu ouvir bem a tua voz!
— Chi... Chi... Chi...
— Que linda fala! Vamos já casar! Vamos já casar!
E assim foi. No dia da boda, já iam a caminho da igreja para o casório, quando a Carochinha deu por falta de uma luva que tinha esquecido na cozinha, ao mexer o panelão que fervia ao lume.
— Vou já buscar a luva! — disse o ratinho, muito amável.
— Tem cuidado, não te debruces no caldeirão!!! — avisou a noiva.
— Bem — continuou a avó — o ratinho foi até à cozinha e...
A neta, que ouvia a história com muita atenção, disse de repente: — Mas a porta estava fechada!!!
A avó continuou:
— Pronto, a porta estava fechada e então o ratinho foi logo a ver da chave...
— Mas não a encontrou!!! — disse muito depressa a Mariana.
— Bem — continuou a avó — o ratinho então subiu a um postigo de grades que dava para a cozinha, e...
— Viu que não cabia por entre as grades!!! — acudiu muito aflita a Mariana.
A avó não desistiu:
— Bem, então o ratinho, que era muito esperto e queria ir buscar lá dentro da cozinha a luva da Carochinha, pôs-se à procura de um buraco na porta pelo qual entrasse...
— Mas não encontrou!!! A porta era nova! — interrompeu a Mariana.
— Bem, então não pôde ir buscar a luva da Carochinha à cozinha e voltou muito triste para junto da sua noiva, que...
— Ó avó, escusa de dizer agora que ela lhe deu a chave da cozinha, porque eu sei que não deu nada!!! — quase gritou a neta.
— Por acaso era isso mesmo que eu ia dizer... — riu a avó.
E as duas, avó e neta, ali ficaram a rir e a brincar à beira do lume e à beira de uma velha história da Carochinha que a neta não queria, por nada deste mundo, que acabasse…

com o João Ratão
cozido e assado
dentro do caldeirão!

Maria Alberta Menéres
Histórias de tempo vai tempo vem
Porto, Edições Asa, 1988

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