Desde muito cedo, tenho vindo a questionar-me sobre o mundo ao meu redor. Quando era mais nova, questionava o porquê de o céu ser azul, o porquê de os pássaros voarem, o porquê de falar a língua que falo e de viver onde vivo...
"Como é que a água é transparente, se consigo vê-la?", "Por que razão é que o Pai Natal entra nas casas pela chaminé, quando podia, simplesmente, utilizar a porta ou até mesmo a janela?", "Como nascem os bebés? São trazidos e deixados aos pais por uma cegonha?". Todas estas perguntas, sem resposta, cansavam os que estavam à minha volta. A minha curiosidade reincidente tornava-se, muitas vezes, incomodativa, mas a minha vontade de descobrir e de explorar aumentava a cada dia que passava, tal como acontece com as árvores, que vão crescendo e crescendo, sem limite, ganhando novos ramos e folhas, ficando cada vez maiores, até alguém as podar, devido ao desconforto que estão a causar. No entanto, a nossa persistência, não permite que nos cortem as nossas "asas", quer sejam elas os ramos da árvore ou os da minha imaginação, sem que elas renasçam.
Passavam dias, meses, anos, e eu continuava a ser a mesma "criança" curiosa, mas, agora, as minhas perguntas haviam mudado. Cresci e comecei a perceber tudo (ou quase tudo) o que se passava no mundo. Racismo, discriminação, preconceito, ódio, fome, solidão, violência... Bastou um abrir e fechar de olhos para que todos estes problemas me rodeassem. E lá me perguntava eu: "Que autoridade têm os opressores para diminuírem os oprimidos?", "O que se passa nas cabeças de quem destila ódio ao próximo, apenas porque a sua cor de pele difere da deles?", "Há tanta comida produzida e desperdiçada no mundo e, no entanto, há milhões de pessoas que não têm nada para comer. Como é que é possível isto estar a acontecer'?", "Vejo tantos sem-abrigo que nada têm, além de tristeza e sofrimento, visíveis nos seus olhos, e não consigo fazer nada para o mudar?", "Porquê tanta guerra, se temos todos o mesmo fim e não levamos nada connosco?".
"O que é que está a acontecer ao mundo?", "Estarão as pessoas a transformar-se em monstros?". Continuo na esperança de um mundo melhor, com mais amor, e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para isso acontecer.
Ana Beatriz Madureira Xavier, turma 9C
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