O Barco
Era uma vez … Assim, há muitos anos, se começam as histórias. Era uma vez… É a história que aconteceu a um menino que se chamava João, mas podia ter outro nome qualquer. João vivia com os pais e os irmãos à beira de um rio. Um rio muito límpido, mesmo azul. Um dia, chegou à porta da casa e viu descer um lindo barco branco pelo rio abaixo. O barco branco movido a remos pelos remadores que eram crianças. E, para além de crianças, o barco ia carregado de flores. Flores brancas, azuis, vermelhas, amarelas, roxas, cor de violeta – uma folhagem verde a aconchegá-las.
Os remadores, crianças como o João, cantavam em coro. João apurou o ouvido para poder escutar. Mas não entendia as palavras do canto. E que lindo ele era! Mas em que língua seria cantado? João não entendia.
Era uma língua estranha, talvez não pertencente a um país com fronteiras. E João dizia alto:
— Venham escutar!
O pai, a mãe, os irmãos, rodearam João. Chegaram vizinhos, gente de todas as idades. E ninguém entendia. E o barco descia o rio. O Sol luminoso como nunca! O céu muito azul, nítido. Todos, pai, mãe, filhos, vizinhos, davam as mãos. Numa grande paz. Com amizade verdadeira. E o barco descia o rio azul, devagarinho, carregado de flores, de crianças que remavam e cantavam. Este canto – que João amava e todos amavam – tem um segredo. E são vocês, meus Amigos verdadeiros, que o vão cantar! Que vão dizer as palavras daquele canto. As palavras do seu amor. É essa a maravilha de ser criança. Termos sempre um rio azul. Que beija a terra e vai ter ao mar.
Os remadores, crianças como o João, cantavam em coro. João apurou o ouvido para poder escutar. Mas não entendia as palavras do canto. E que lindo ele era! Mas em que língua seria cantado? João não entendia.
Era uma língua estranha, talvez não pertencente a um país com fronteiras. E João dizia alto:
— Venham escutar!
O pai, a mãe, os irmãos, rodearam João. Chegaram vizinhos, gente de todas as idades. E ninguém entendia. E o barco descia o rio. O Sol luminoso como nunca! O céu muito azul, nítido. Todos, pai, mãe, filhos, vizinhos, davam as mãos. Numa grande paz. Com amizade verdadeira. E o barco descia o rio azul, devagarinho, carregado de flores, de crianças que remavam e cantavam. Este canto – que João amava e todos amavam – tem um segredo. E são vocês, meus Amigos verdadeiros, que o vão cantar! Que vão dizer as palavras daquele canto. As palavras do seu amor. É essa a maravilha de ser criança. Termos sempre um rio azul. Que beija a terra e vai ter ao mar.
Matilde Rosa Araújo
O Chão e a Estrela
Lisboa, Editorial Verbo, 2000
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